Trip, 6º dia, Purmamarca e Jujuy, Viagem no Norte da Argentina e Atacama

Este foi o 6ª dia de viagem ao Norte da Argentina e Atacama. Purmamarca é uma cidadezinha muito linda. O seu principal atrativo é o Cierro de Las Siete Colores ( Serra das Sete Cores ou Hill of Seven Colors ) um monte multicolorido que faz uma bela moldura a toda a cidadezinha. As ruas de Purmamarca são de terra e as construções de tijolo de barro ou adobe criando um ambiente muito charmoso e típico de um antigo Pueblo Andino. Outro grande atrativo é o Passeo de Los Colorados, um trajeto de 2Km que permite novos ângulos das montanhas e montes multicoloridos que rodeiam a cidadezinha.

Acordei bem cansado. O objetivo do dia seria conhecer Purmamarca pela manhã e seguir viajem para o Chile à tarde. A minha pousada El Refúgio de Coquena (diária 450 pesos, Avaliações, GPS -23.743078,-65.501706) está a 500m do centro da cidade e é muito confortável e bonita. Os quartos são espaçosos e tem uma belíssima vista. Os banheiros são limpos, os chuveiros funcionam bem, as camas e colchões são de boa qualidade. Estranhei o fato de não ter ar condicionado ou ventilador, mas as noites aqui são frescas devido à altitude. O café da manhã é bem fraco (como já citei em outros posts é algo comum nas pousadas da Argentina).

Depois do "desayuno" arrumei as malas no carro e fui conhecer Purmamarca. Fui ao Mirante do Cierro de Las Siete Colores (2 pesos por pessoa, GPS: -23.745774,-65.502057) de onde é possível apreciar a beleza multicolorida dos montes e tirar excelentes fotos.

Cierro de Las Siete Colores

Em seguida fiz o Passeo de Los Colorados, é possível fazer este passeio caminhando (são 2 Km) mas resolvi fazer de carro porque o dia seria longo e o sol já estava pesado. Fui bem devagar e parando para tirar muitas fotos. Um lugar espetacular!!



Paisagens do Paseo de Los Colorados

Depois do passeio, eu tinha que abastecer o carro antes de seguir viagem para o Chile, pois iria atravessar os Andes pelo Paso Jama. O tanque de combustível do carro marcava menos de 1/4. E aí começaram os inúmeros problemas do dia... Em Purmamarca não tem posto de gasolina! dá para acreditar? Uma cidade super-turística não ter posto de gasolina?

O posto mais próximo só em Tilcara, a 25Km de distância para o norte (ou seja, seriam 50Km de ida e volta). Lá fui eu para Tilcara. O pior que eu tinha passado por Tilcara na noite do dia anterior, voltando de Iruya.

DICA: SEMPRE que possível mantenha o tanque cheio na Argentina! Surgiu uma oportunidade, encha o tanque!!!

DICA: os postos da ACA (Automóvel Clube da Argentina) sempre aceitam cartão de crédito.

Chegamos em Tilcara e não tinha nafta (gasolina) no posto... Que M@$#!$... pensei... E agora?

A única solução era voltar mais 40Km para o sul até San Salvador de Jujuy, uma cidade de maior porte (maior que Salta) que, com certeza, teria vários postos de combustível abertos. Quando cheguei em Jujuy eram 12hs. O GPS achou um posto da YPF e ele aceitava cartão. Acabei almoçando na lanchonete do posto mesmo, um bom sanduba com batata frita.

Aproveitei para cambiar algum dinheiro, pois estava sem pesos praticamente. Procurei informações sobre onde poderia cambiar dólares na rodoviária e me indicaram um lugar que depois achei bem esquisito, um prédio pequeno de quatro andares sem elevador. O “doleiro” estava sentado numa mesona almoçando com a família, parecia uma família Adams Cucaracha!... só figura! até me ofereceram comida :) troquei cada dólar por 8 pesos, uma ótima taxa de câmbio. Mas confesso que fiquei com um pouco de medo de me embrenhar naquele prediozinho sinistro...

Depois disso veio o pior, o carro começou a fazer um barulho estranho , era a ventuinha que sempre ligava e fazia um barulho danado. Depois o carro enguiçou! A ventuinha parou... o carro superaqueceu... outra M.... Maiúscula... E agora?

Eram 17 hs eu estava parado num posto de gasolina no meio de Jujuy... E o plano original era viajar pro Chile ainda naquele dia... mas pela hora eu já tinha desistido e iria somente no dia seguinte... mas sem o carro poderia perder toda a viagem... Ligamos para a Sixt (empresa que nos alugou o Ecosport) para informar o problema e eles informaram que teriam que trazer o carro de volta para Salta (a Sixt não tinha agência em Jujuy). Assim, a opção que tínhamos era voltar para Salta, esperar a troca do carro, olha o drama... fim da viagem pensei...

 

Carro com problemas sendo rebocado

Resolvi então tentar uma última alternativa, alugar outro carro em Jujuy. Por sorte conseguimos na Hertz de Jujuy , eles tinham o carro (um Classic 1.4) e já com autorização para atravessar a fronteira com o Chile. Apesar da equipe da Sixt ter sido atenciosa a Hertz tem mais estrutura na Argentina, tem mais lojas e assim fica mais fácil ter suporte numa emergência como essas. Então recomendo a Hertz na Argentina.

Conseguir o carro foi um alívio enorme, salvou a viagem. Mas as burocracias de pegar um carro no centro, esperar o guincho para levar o outro tomaram muito tempo. Só fui ter tudo resolvido lá pelas 21 horas onde ainda teria que buscar um Hotel e depois um lugar para comer. Entrei no primeiro hotel que achei no GPS. Literalmente. Até que foi uma boa sorte, o Hotel Gregório I (420 pesos, Avaliações, GPS: -24.187919,-65.304467) , com garagem e boa estrutura de atendimento, quartos confortáveis e o único café da manhã decente que tivemos na Argentina (mereceu até uma foto!).

Do hotel fui procurar um lugar para comer alguma coisa, eram mais de 22h e entrei num lugar chamado, Bar de Poetas e Loucos, um lugar muito legal com decoração muito doida. Não tinham muitas opções de comida. Pedi uns sanduíches de “pan de miga” e uns refrigerantes. Segui para o hotel exausto. A viagem no dia seguinte ao Chile seria longa e com muitos lugares maravilhosos pelo caminho...

Fotos - Bar de Poetas e Loucos

Dia anterior veja AQUI.

Próximo dia, veja AQUI a incrivel jornada até San Pedro de Atacama, passando pela Cuesta de Lipan, Salar Salinas Grandes, Susques e Paso Jama.

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